quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

CELULAR ROUBADO - COMO INUTILIZÁ-LO.

MUITO ÚTIL


Uma informação útil sobre nossos celulares. Não sei por que os fabricantes guardam em segredo.

Representa uma defesa quando nos roubam uma unidade.

Para obter o número de série do nosso telefone celular, basta digitar:

* # 0 6#

Aparece no visor um código de 15 algarismos. Este código é único.

Devemos escrevê-lo e guardá-lo em lugar seguro.

Caso nos roubem o celular devemos telefonar para operadora e fornecer esse código.

Nosso telefone então poderá ser completamente bloqueado, mesmo que o ladrão mude o cartão chip.

Um aparelho roubado dificilmente é recuperado pelo proprietário, mas com esse procedimento teremos a certeza de que, quem quer que o tenha roubado, não poderá utilizá-lo nunca mais.

Se todos tomássemos esta precaução, o roubo de celulares seria inútil.

Enviem isto a todos e anotem o seu numero de série!



"Eu Recife"

ARTIGOS - 
“Eu, Recife”
Reinaldo de Oliveira *   
A FOLHA DE SÃO PAULO DE 20 DE NOVEMBRO DE 1990, PUBLICOU A SEGUINTE NOTÍCIA: ‘RECIFE É A QUARTA PIOR CIDADE DO MUNDO PARA SE VIVER. BELO HORIZONTE, A MELHOR DO BRASIL. SÃO PAULO E RIO SÃO REGULARES.
Eu fui uma das vozes que se levantaram escrevendo a crônica, ‘EU, RECIFE’, na qual eu me vestia da cidade e falava como se fosse ela.
‘Eu sou o Recife. Você que me disse que leu, venha até aqui, morar comigo. Se chegar cansado, sente na beira de meu rio, relaxe e olhe para o céu. Perceba o azul limpo e as nuvens claras. Sinta a brisa que lhe beija, num boas-vindas que a natureza lhe dá.
Passe as pontes. Alcance o mar. Veja as nuanças de suas cores. Note as bandeiras brancas de paz que suas espumas fazem lembrar.
Toste-se ao sol e ao sal de minhas praias. Pise na areia branca, morna que, ao acariciar o seu cansaço devolve-lhe a vontade de caminhar. Vá até a beira do mar, Molhe a planta dos pés. Recupere a brandura da pele e salgue o latejar que incomoda.
Volte. Olhe a orla que se desenrola como um tapete de luz até ao céu.
Ah, o meu céu! Quando eu escureço, meu céu clareia e as minhas estrelas são as mais lindas e brilhantes do mundo. É que é aqui, no meu mar, que em noites de lua, o luar se estira para se espreguiçar.
Não! Não procure pelo nevoeiro que cega ou pela bruma que embaça. nem pelos temporais, furacões, ou terremotos que arrastam vidas. Minha terra é mansa e quieta como a calma de um monge e branda como a voz do Senhor.
Venha, dê-me a mão. Beba deste coco a água de dentro que, até hoje, ninguém sabe quem a colocou. Chupe uma manga rosa, amarela, verde, escolha a sua, a que combina com a sua cor, a da sua camisa ou a do seu credo. Beba uma melancia, mastigue um suco de caju, banhe-se numa tina de cajá, unte-se com creme de graviola, pinte com o verde do abacate, queime óleo de mangaba, embriague-se com o cheiro do jenipapo, entorte a fisionomia mascando um tamarindo e tome um porre com os frutos do mar.
Enrosque-se nas caudas das lagostas, cofie os bigodes de um camarão e peque uma queda de braço com um caranguejo. Afogue-se no sarapatel do Gregório e seja o que falta na feijoada do Rei. Mas, não exagere, para evitar aborrecimentos orgânicos. Faça a sesta numa rede entre coqueiros e sonhe em estar aqui, estando. Sente na amurada de uma ponte e sinta o canto do seu Capibaribe que traz o cheiro e os recados das donzelas matutas que o vêem nascer. São morenas mulatas que os poetas não cansam de cantar suas existências, dizendo que são dessas que a morte mata e depois chora com pena.
Olhe para o céu, para o mar, para mim. Penetre no cristal de meus olhos. Visite a morada da lágrima e a raiz dos meus sentimentos.
Pergunte à História quem fui e quem sou? A quem o Brasil deve seus gritos de liberdade. Pergunte o que penso e o que faço?
E, depois de passear pelo meu coração, veja como vai ser difícil me deixar, mesmo porque o Frevo, o Maracatu, a Ciranda e os Caboclinhos não vão permitir a sua saída.
E no seu mais lúcido momento responda, como achar que deve, aos que me elegeram como a quarta pior do mundo para se viver.
Eu sei que sou a quarta. A quarta pior do mundo.
Sou a quarta-feira de cinzas dos que não me perdoam.
Pelos bens que sempre fiz.
Pelos males que nunca aspirei fazer.’

* Membro da Academia Pernambucana de Letras e dos Conselhos de Cultura do Estado e do Município.