Por Andrew Gray
WASHINGTON (Reuters) - O Pentágono disse na quinta-feira ter "um alto grau de confiança" de que um míssil da Marinha tenha atingido o tanque de combustível tóxico de um defeituoso satélite norte-americano de espionagem, que ameaçava cair sobre a Terra.
Mas o general James Cartwright, vice-chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, disse a jornalistas que só dentro de um ou dois dias será possível saber com certeza se o tanque com o combustível hidrazina foi destruído.
Um míssil SM-3 lançado do cruzador USS Lake Erie, no oceano Pacífico a noroeste do Havaí, atingiu o satélite à 0h26 de quinta-feira (horário de Brasília), a 283 km de altitude.
Washington diz que o objetivo da missão era evitar danos ao ambiente terrestre, mas Rússia e China manifestaram preocupação, e Moscou sugeriu que a operação pode ter sido usada como fachada para o teste de uma nova arma espacial.
Cartwright afirmou haver quase 90 por cento de chances de o tanque ter sido violado com o impacto. "Estamos muito confiantes de que atingimos o satélite. Temos um alto grau de confiança de que acertamos o tanque", disse o general dos marines a jornalistas no Pentágono.
O míssil, segundo os militares, estava a mais de 27,4 mil km/h quando atingiu o satélite, que pesa 2.270 kg e tem o tamanho de um ônibus.
"Devido à altitude relativamente baixa no momento da abordagem, os destroços vão começar a reentrar na atmosfera quase imediatamente", disse o Pentágono. "Quase todos os destroços vão queimar na reentrada, dentro de 24-48 horas, e os destroços restantes vão reentrar dentro de 40 dias."
Alguns especialistas questionaram a missão, por considerarem extremamente remota a chance de que qualquer parte do satélite provocasse danos na Terra. O Pentágono negou especulações de que o satélite seria destruído para evitar que alguma parte da peça secreta caísse em mãos de potências rivais.
Os militares também negaram que estejam usando a operação para testar e demonstrar sua capacidade para atingir alvos no espaço -- o que a China já fizera em 2007, quando destruiu um satélite seu declaradamente com essa intenção.
Fontes de Defesa dos EUA dizem que esse caso é bem diferente do da China, já que Washington informou a opinião pública e líderes mundiais sobre o fato com bastante antecedência. Elas insistiram que a única preocupação dos EUA era impedir que o tanque de 450 kg sobrevivesse à queda e espalhasse material tóxico.
(Com reportagem de Kristin Roberts em Honolulu e David Morgan em Washington)
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