segunda-feira, 7 de abril de 2008

Curso prepara designers para mercado internacional


O setor de ensino da computação gráfica também está crescendo em Pernambuco. No mesmo ciclo de palestras que anunciou o novo pólo para as artes digitais do Estado, a escola de design AIS divulgou a abertura de um novo curso de nível internacional na cidade. Trata-se do Sinapse, um curso com duração de dois anos, no qual o aluno sairá com 12 certificações, entre elas, as do 3ds Max e Maya, da Autodesk, duas das principais ferramentas de computação gráfica.

O Sinapse é o primeiro curso de longa duração que a AIS oferece no Brasil com o intuito de formar profissionais para trabalhar no mercado internacional da computação gráfica com foco em cinema e games. O gerente de Marketing da AIS, Alessandro Bomfim, explica a escolha de Recife para sediar o Sinapse. “A AIS é uma escola que começou no Rio e hoje existe também em São Paulo e Salvador. Notamos que os alunos pernambucanos se destacavam muito nos outros centros e resolvemos trazer uma filial também para Recife”.

A AIS trouxe três professores autorizados Autodesk para ministrar as aulas do Sinapse em Recife. As primeiras turmas terão início a partir da segunda semana de abril. A escola foi aberta em outubro de 2007 e também oferece outros cursos de Design e Computação Gráfica para iniciantes em níveis médio e avançado, para alunos de qualquer idade.

Serviço
www.aisinformatica.com.br/recife/

Computação Gráfica em expansão

Projeto de novo pólo já conta com R$ 1,2 milhão de recursos garantidos

GEBER adiantou que investimentos virão da Finep e do Ministério de C&T

Tárcio Fonseca

tarcio@folhape.com.br

Pernambuco vem acumulando, desde o final do ano passado, novas e interessantes iniciativas com o intuito de atrair empresas e estabelecer novos mercados. Entre os últimos projetos implantados, ou em fase de execução, estão o Pólo Olinda Digital, a retomada do Parque Tecnológico de Eletro-Eletrônica de Pernambuco (ParqTel) e o novíssimo Pólo Cine-Games de Animação.

O anúncio do novo pólo foi feito ao final do ciclo de palestras sobre Computação Gráfica, realizado na quarta-feira passada, no cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). O professor da área de games do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIn/UFPE) e fundador da empresa de jogos para celular Meantime, Geber Ramalho, informou que estão vindo para o Estado investimentos da ordem de R$ 1,2 milhão para Computação Gráfica em cinema e TV, e games. Os recursos virão da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Ministério de Ciência e Tecnologia, através da Rede Brasileira de Visualização (RBV). Este montante será empregado na fundação de um centro avançado de Computação Gráfica e Animação, na formação de novos profissionais para o setor e na articulação do pólo. Entretanto, as datas oficiais para chegada da verba e o início dos trabalhos ainda não estão definidos.

Demanda exige mais profissionais qualificados

O ciclo de palestras realizado na Fundaj, na última quarta-feira, também teve como objetivo incentivar profissionais das artes digitais e mostrar que vale a pena investir nas áreas de cinema, animação e games. Esta última, inclusive, está em pleno aquecimento. A empresa pernambucana de games Playlore é prova disto. Formada há um ano para trabalhar com plataformas de última geração, como Playstation 3, Xbox 360 e Wii, a Playlore já firmou contratos de prestação de serviços para algumas das maiores produtoras de jogos do mundo, como a NCsoft, do RPG online Lineage.

O diretor de Tecnologia da Playlore, Chedwick Montoril, explicou o motivo da abertura do setor de games e o porquê do aquecimento deste mercado: “Antes, a produção de um grande título custava em torno de US$ 5 milhões. Hoje, fazer um jogo para um console de última geração pode custar até dez vezes mais”. Ainda segundo ele, “as grandes empresas estão contratando serviços de empresas menores para acelerar a produção e baratear os custos. Um jogo hoje pode ter de 10 a 15 empresas envolvidas no seu desenvolvimento”.

Mas, para entrar de cabeça neste novo filão, o profissional precisa ser bem qualificado. O diretor de arte da Playlore, Gustavo Galvão, informa que o ideal é que o interessado tenha bom domínio de, pelo menos, três ferramentas gráficas. “Algumas das mais utilizadas atualmente são o 3ds Max, Maya, Mudbox, ZBrush e Photoshop”, afirma Galvão. Além disso, a paciência e o perfeccionismo também são características importantes, já que a modelagem 3D é um processo minucioso. “Aqui na Playlore, já chegamos a demorar um mês inteiro para desenvolver um único personagem para um game de última geração no estilo Unreal”, comenta Galvão.

A Playlore, que iniciou com apenas três sócios e hoje conta com 14 artistas na sua equipe de criação, está procurando por novos profissionais. Segundo Chedwick, dos interessados, podemos tirar menos de 10% que estão em condições de trabalhar em nível internacional. “O Brasil é muito atrasado no setor de games, temos um delay tecnológico de mais de quatro anos em relação aos Estados Unidos ou à Europa. Por isso, temos que trabalhar para tirar essa diferença”, conclui.

Serviço
www.playlore.com

Nenhum comentário: